Dom Jacinto Bergmann
A grande alternativa: "Deus ou o nada"
A grande alternativa fundamental: "Deus ou o Nada, já foi formulado pelo filósofo, F. H. Jacobi. Ele introduziu no último ano do século 18 com a temática do niilismo na área da filosofia.
Em nosso tempo, essa alternativa ganha um caráter de gravidade e de urgência particulares.
Ela põe, de um lado, uma "vida sem sentido", ou seja, o niilismo sendo que, através dele, está o eterno; e, do outro, uma "vida com sentido", ou seja, uma vida de fé, enquanto fundado no mistério de Deus.
A fórmula metafórica da "vidas sem sentido" é: viemos do Nada e voltamos para o Nada; a de "vida com sentido "é: viemos de Deus e voltamos para Deus. A primeira opção descreve uma parábola inicialmente ascendente (viemos do nada para a vida), mas que é finalmente ascendente (da vida voltamos para o nada). O nada aqui, sobre a forma da morte, a fivela o fim com o início da existência. Já a segunda opção descreve a parábola inicialmente descendente (viemos de Deus para a existência), mas acaba acendendo finalmente para Deus (da existência voltamos para Deus). Aqui, Deus é o alfa e o ômega de toda a existência, amarrando as duas pontas. O devir é um Intermezzo, ou seja, um processo que transcorre entre dois polos. Depende de cada pessoa, em sua liberdade, por qual polo optar: por Deus ou pelo Nada.
Deus, porém, só funciona como sentido quando é "sentido" existencialmente, ou seja, quando é experienciado espiritualmente e seguido eticamente ponto assim, o "sentido de Deus" é condição para o "sentido da vida". Quanto mais Deus, tanto mais sentido. Melhor quanto mais uma fé é experienciada e assumida, tanto mais a vida se enche de sentido. Ao contrário, quanto mais uma fé se restringe o plano meramente exterior ou convencional tanto mais perde substância significante e deixa de "encher" a vida de sentido.
Como experienciar a Deus confrontando-se com a experiência do niilismo que está presente. Ele não deixa de ser um pathos do tempo criando uma crise de sentido: a vida perde valor primeiro no seu todo, depois em suas partes ponto o niilismo não diz respeito apenas ao sentido último da vida, mas também é o sentido penúltimo o das realidades ordinárias e comuns.
De fato essas realidades desligadas de um sentido absoluto, vão perdendo a (graça). Ocorre, então, um sentimento de decadência existencial e de entropia varial que atinge, em primeiro lugar, a vida como um todo e, em segundo, também as coisas da vida em sua singularidade.
Quando se examina a causa derradeira de perda de energia Vital que ocorre em relação às atividades e relações do dia a dia, descobre-se que é a falta da dimensão espiritual da vida, dimensão essa que encerra e custódia a fonte de todo sentido. Claro, quando a fonte seca, seca também o rio É só uma questão de tempo. Daí as equações: vida sem Deus = vida sem sentido, "morte de Deus" = morte do sentido.
Estamos diante da grande alternativa fundamental: "Deus ou o Nada"
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